9 de outubro de 2012

Lilian Thuram em Novembro na Gulbenkian


Não conhecia Lilian Thuram no tempo em que era futebolista, um dos 20 futebolistas com mais participações em jogos de selecção nacional (no seu caso, da selecção francesa) de todos os tempos.

Conheci-o em Março passado, como comissário geral da exposição 
L´Invention du Sauvage (aqui em inglês) no Museu Quai Branly em Paris. Uma exposição para mim surpreendente, desconcertante, sobre uma realidade que desconhecia, na altura, em absoluto: a história de homens, mulheres e crianças trazidos da África, da América, da Oceania, da Ásia para serem expostos em circos, feiras, desfiles, jardins zoológicos e exposições internacionais (uma delas aconteceu aqui em Portugal, no Porto, nos anos 30).

Ao sair da exposição, na loja do museu, comprei o livro de Thuram Mes étoiles noires. Na contra-capa o autor questionava: "Podem referir um cientista negro? Um explorador negro? Um filósofo negro? Um faraó negro?". Eu não podia... Assim como os alunos nas escolas visitadas por Lilian Thuram, que só conheciam a história da escravatura. Através do livro Mes étoiles noires, ficamos a conhecer um pouco melhor personalidades já famosas (Rosa Parks, Mohamed Ali, Malcolm X, Martin Luther King, Barack Obama), mas também outras, como a rainha angolana Anne Zingha; o combatente Toussaint-Louverture, da ilha de São Domingos; a poetisa americana Phillis Wheatley; o primeiro candidato negro à presidência dos EUA, Frederick Douglas; o intelectual camaronês Mongo Beti, entre muitos outros.

Lilian Thuram, presidente da Fundação que tem o seu nome, estará na Fundação Gulbenkian no dia 15 de Novembro, quinta, às 18h30, para falar sobre educação contra o racismo. E valerá muito a pena ouvi-lo. A entrada será livre.

mv

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